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terça-feira, 9 de maio de 2023

Satélite vai monitorar onças-pintadas na Amazônia

O nanossatélite OnçaSat foi idealizado na 1ª edição da Olimpíada Brasileira de Satélites do MCTI

Foto: Divulgação OnçaSatUm nanossatélite desenvolvido na Olimpíada Brasileira de Satélites do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (OBSAT MCTI) vai auxiliar no monitoramento das onças-pintadas da Amazônia. O OnçaSat ficou entre os dez melhores satélites apresentados na primeira edição da olimpíada e ganhou força para um projeto maior.

“Como estava mais operacional e com o protótipo pronto, foi escolhido para ser o principal projeto de satélite da OBSAT e tem a previsão para ir em órbita no primeiro trimestre de 2024”, explicou o professor Fernando de Almeida Martins, do Instituto Mauá, e coordenador do projeto do satélite.

O OnçaSat é um pequeno satélite de dez centímetros no formato de um cubo. Também conhecido como CubeSat (cubo, em inglês), possui uma placa receptora dos sinais emitidos por uma coleira que foi colocada na onça.

A engenheira eletrônica Letícia Tavore de Lima, ex-aluna do Instituto Mauá, participou da equipe do professor Fernando que idealizou o OnçaSat junto com mais dois colegas: Caio Rabinovich Panes Brunholi e Sarah Silvestre. “Quando o Fernando me convidou para entrar na competição, eu estava no quarto ano da faculdade e resolvi fazer o projeto em meu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] e propomos como tema o monitoramento de animais em extinção”, contou a engenheira. “Escolhemos a onça-pintada por ser um animal importante para o ecossistema brasileiro e, a partir deste momento, começamos a estudar como seria o projeto e o sistema de comunicação para monitorar uma onça”, completou.

O OnçaSat vai em órbita no próximo ano e ficará aproximadamente 430 quilômetros distante da Terra, bem próxima da estação espacial internacional, captando os sinais enviados pelos felinos monitorados. “Essa estação fica em órbita baixa junto com os demais satélites que tem órbita baixa. Essa é uma órbita polar, ou seja, que cruza os polos enquanto vai girando”, disse o professor.

“Usamos o protocolo chamado LoraOne (Long Range, de longa distância) e um GPS na coleira.  Além de medir condições de temperatura do local que o animal está, ao longo dos dias, dos meses e do ano a gente consegue saber os lugares em que as onças monitoradas passaram e se o felino teve contato com outros animais. Assim os pesquisadores conseguem entender o comportamento da onça de uma forma muita mais rápida”, explicou, acrescentando que os dados ficarão abertos para a comunidade científica e também para rádios amadores. “Quem também vai receber essas informações é a ONG da Associação Onçafari, que nos ajudou muito no projeto.”